16.4.06

A pura seda

Deitou-se na cama e,
aos poucos, começou a fiar
uma delicada seda.
Com ela, cobriu seus pés,
suas pernas, seu ventre,
seus seios, sua nuca e,
por fim, sua cabeça.
Ao longo de cinco dias desejou
em preces e cuidados
ser a mais pura e bela mulher.
Quando se romperam os
últimos fios do enclausuramento,
chorou ao ver que o seu amor criara asas.

3 comentários:

Anônimo disse...

É o que da esperar de mais. Buscar o que se quer é uma coisa... mas ficar alienado atras disso...
As vezes seria melhor deixar acontecer.

Anônimo disse...

esse meu primo anda tão inspirado! ;p

Anônimo disse...

As borboletas, apesar de lindas, têm vida curtíssima...
O amor também?
Mas...
Há quem acredite que... há quem acredite em qualquer besteira.
Me recolho em minha teia, enquanto ainda posso...
Não?
Hã?
Confusa...