27.12.05

O Poeta e Eu

Boto-o contra a parede.
Ele se vê forçado a interrogar o espelho.
Mostro toda sua vergonha.
E relembro todos seus medos.

Trago dúvidas infindas.
Faço desgraças em sua consciência.
Torturas e chantagens.
Logo tenho sua obediência.

Mas também lhe dou luxúria.
Amor e passaportes.
Viagens de curto tempo.
Dou mais azar que sorte.

Mas não sou de todo mal.
Sou apenas necessária.
Ele entende nossa relação.
Pra deixar as coisas menos ordinárias.

E depois de todo o meu esforço,
Antes que me expulse o Dia,
Pra concretizar as suas fugas
Ele terá feito uma poesia.

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